Hoje concretizamos a venda de um apartamento recebido pela HSA Soluções em Finanças S/A, como pagamento dos honorários de êxito de uma das negociações concluídas.
Foi a última das 4 unidades que recebemos.
O cliente em questão era uma incorporadora, com enormes dificuldades com credores financeiros, investidores, permutantes, distratos, obras a concluir, prestadores de serviços, enfim, toda a gama de credores.
Obviamente, cada credor desses deveria ter um tratamento, compatível com a sua situação.
A negociação que resultou no recebimento dos apartamentos não foi a mais tensa, mas foi uma das mais pitorescas, pois era um banco que havia financiado um dos empreendimentos.
Logo na primeira reunião, o VP do banco disse em voz alta que o caso não era de renegociação, e sim de prisão dos empresários que haviam se apropriado do dinheiro que deveria ter sido repassado ao banco, pois a operação era de financiamento à produção do empreendimento.
Expliquei que não houve má fé, e que os empresários, assim como muitos do setor, acabavam financiando o prejuízo de um empreendimento, lançando outro, ou fazendo permutas, ou outras bobagens.
Para acalmar os ânimos, expliquei que os clientes presos não teriam como assinar cheques, acordos, nem mesmo as escrituras, e que o banco deveria decidir se queria a prisão dos empresários, ou receber seu crédito, ainda que parcialmente.
Por fim disse que eles podem ter sido incompetentes ou ingênuos, mas não desonestos, e que a melhor solução para o banco era receber 43 unidades que ainda não haviam sido vendidas como quitação da dívida.
O VP do banco disse então que mandaria avaliar os imóveis e que nós na HSA já sabíamos como o banco precificava ativos para receber em dação. Informei que era desnecessária a avaliação, porque só teriam as 43 unidades para a quitação da operação, independentemente do valor dos imóveis ou do saldo da dívida.
Após mais algumas reuniões, e ouvir alguns palavrões que eu não conhecia, acabamos fechando o acordo com a dação das unidades, liquidando a dívida junto ao banco.
A parte boa da história aconteceu algumas semanas depois de termos finalizado a transação, quando retornei ao banco para tratar de dívidas de um outro cliente, dessa vez do setor de transportes, e antes da reunião mostrei ao VP as escrituras dos apartamentos que recebemos no mesmo empreendimento, e pelo mesmo preço da dação feita ao banco, no caso da renegociação passada, demonstrando a lealdade com que tratamos clientes e credores.
Dessa vez não aprendi palavrão novo!
A mesma moeda que foi possível para o credor, também serviu para a HSA.