Realmente a crise está sufocando as empresas.
A conjugação de inflação com juros elevados, e a queda da demanda, tem se mostrado a tempestade perfeita para a insolvência.
É esse tripé que faz com que muitas empresas não parem em pé, com as minhas desculpas pelo trocadilho.
Assim como na lei da selva, nas crises os mais fracos morrem para permitir que os mais fortes da manada sobrevivam e se tornem mais fortes.
Por outro lado, os conceitos de gestão utilizados em períodos de bonança e normalidade não se aplicam em momentos de grave crise, como a que estamos começando a viver.
Sim, por aqui, o que estamos vivendo é apenas o começo da crise. Todos aqueles que nos últimos dois anos administraram, se é que se pode chamar de administrar, com os conceitos tradicionais de gestão, estão agora sentindo os reflexos.
As despesas financeiras corroendo as margens já reduzidas de lucros, os limites de créditos esgotados, a inadimplência de clientes crescendo, a necessidade de capital de giro aumentando, e os credores financeiros exigindo cada vez mais garantias e juros.
E a resposta padrão dos “meninos” para essa situação sempre foi: “Precisamos vender mais”.
Mas, no futuro econômico que se vislumbra, o lema deveria ser “Precisamos vender melhor”
Outra resposta padrão, aliás quase que uma cultura dos empresários em crise, é: “Precisamos de mais crédito”
Mas na gestão de crises o lema correto é: “Precisamos reduzir o endividamento”
E os tais “Relação Giro X Lucro” e “NKG” como critérios prioritários de tomada de decisão, são quase que palavrões em língua estrangeira, poucos entendem o seu significado, e menos ainda sabem utilizá-los.
Saindo da teoria para a prática, no caso da HSA Soluções em Finanças S/A, pela primeira vez desde o final de 2020, a nossa carteira de passivos a renegociar ultrapassou a marca de R$ 1,0 bilhão, atingindo R$ 1,350 bilhão, como reflexo do agravamento da crise.
O que chama a atenção é a diversidade dos setores da economia em nossa carteira, e uma diversidade ainda maior nas novas consultas que estamos recebendo.
Por outro lado, as estratégias e opções de reestruturação de passivos na atual conjuntura são totalmente diferentes daquelas que eram viáveis até 2020.
Muitas das ferramentas de reestruturação utilizadas até então, não se aplicam mais, e aquelas possíveis, se utilizadas de forma inadequada, podem resultar na falência das empresas.
Poucos conseguiram perceber a gravidade e as consequências da crise, que ainda estão por vir, e continuam tomando remédios inadequados para a doença.
É nesses momentos de crise que se diferenciam os gestores homens dos gestores meninos.