Essa sempre é a primeira pergunta que fazemos quando somos procurados por empresários em crise financeira.
E a diferença entre as duas alternativas não é nada sutil.
A primeira alternativa, apenas renegociar dívidas, normalmente acaba sendo excludente da segunda (salvar a empresa). Mas somente quem tem décadas (e dá-lhe décadas) de experiência prática em lidar com crises consegue enxergar essa realidade.
Um erro clássico no mundo da reestruturação é consultores acharem que apenas os credores devem fazer a sua parte sacrificando, ou colocando em risco os seus ativos, enquanto os acionistas continuam a fazer as mesmas coisas que resultaram na crise.
Por outro lado, é necessário que os credores concedam um prazo de carência para que a empresa possa implementar as mudanças necessárias para reverter seus resultados ou mesmo alienar ativos, quando o plano apresentado for consistente.
A prioridade do caixa, por um período não muito longo, deve estar focada na implementação de medidas voltadas a gerar mais caixa e assim pagar seus credores. O inverso nunca dá certo.
É com o poder do caixa que são feitas as reduções de custos, as melhores políticas de compras, de produção e vendas, que resultam na melhoria da geração de caixa e na capacidade de pagamento dos credores.
A pergunta que fazemos aos empresários vale também para os seus credores. Os credores que apenas querem renegociar suas dívidas, normalmente acabam tendo dois prejuízos. O primeiro, do capital já em risco, e o segundo, dos futuros lucros se a empresa não tiver continuidade. Já aqueles que querem salvar a empresa ganham duas vezes.
Diz um provérbio árabe: “Quando alguém lhe causar um prejuízo não deixe de fazer negócio com ele, apenas tome mais cuidados nos próximos. É a única forma de recuperar o prejuízo.”