É comum nos processos de renegociação de dívidas a tendência de copiar soluções bem-sucedidas de casos passados.
No meio jurídico isso é o que os advogados chamam de jurisprudência que, de maneira simplista, são decisões de tribunais superiores que atualizam as interpretações sobre temas em litígio, em casos análogos, procurando uniformizar as decisões sobre os temas.
Os bons advogados conhecem/pesquisam todas as jurisprudências, e os melhores são os que firmam as teses que resultam nas jurisprudências.
Resumindo, é um aprendizado contínuo do judiciário que busca o aperfeiçoamento das decisões.
Da mesma forma que o judiciário, e muitas vezes “empurrado” pelo judiciário, as estratégias de renegociação de dívidas também precisam ser atualizadas de tempos em tempos, e cada vez em menor espaço de tempo.
Assim como a Inteligência Artificial, que se retroalimenta de informações de cada decisão para aprimorar suas decisões, a renegociação de dívidas precisa evoluir e se adaptar com as informações das negociações anteriores.
São muitas variáveis a serem analisadas para a definição das estratégias de reestruturação de dívidas, por exemplo: As jurisprudências existentes sobre o tema, as tendências das decisões que ainda não viraram jurisprudência mas que poderão virar, as decisões tributárias sobre a renegociação de dívidas tanto para ao devedor como para o credor (e são muito diferentes em cada caso), as políticas de crédito do mercado, a conjuntura econômica, o valor e liquidez dos ativos, os balanços do devedor e dos credores, e poderia citar mais algumas dezenas.
E todas essas variáveis mudam numa velocidade incrível, justamente porque credores e devedores atualizam suas estratégias de negociação a cada nova informação obtida.
Obviamente que os credores financeiros terão sempre uma Inteligência Artificial “mais inteligente”, pela quantidade de informações que obtém sobre todos os fatores que envolvem uma negociação, afinal tudo o que acontece na vida empresarial passa por uma instituição financeira.
Os devedores, ao contrário, têm pouquíssimas informações sobre esse tema, e sempre de forma atrasada, já que renegociar dívidas não faz parte do seu dia a dia.
É por isso que, na maioria dos casos, quando se arriscam a negociar diretamente com os credores acabam agindo como papagaios, repetindo argumentos e estratégias muitas vezes já ultrapassadas.