Para o início dos nossos trabalhos recebemos todas as respostas a respeito da situação do cliente. Recebemos a história da empresa, do seu mercado, balanços e balancete recente e um resumo do endividamento.
Pelos balanços e balancetes temos respostas para o grau de endividamento, a classificação dos credores (instituições financeiras, fornecedores, impostos, salários etc.), a estrutura das dívidas (se de curto ou longo prazo), para as despesas financeiras, e o lucro, entre outras respostas importantes.
Porém, o que importa para o planejamento da reestruturação de dívidas são as perguntas para as respostas fornecidas.
A primeira sempre é: Esse endividamento está compatível com os resultados e balanços apresentados?
Isso porque, não raras vezes, os balanços não espelham a verdadeira situação da empresa, e acabam sendo “generosos” com a sua realidade pelas mais variadas razões, como por exemplo:
– Porque o CFO precisa de um balanço melhor para obter ou preservar o crédito;
– Porque os executivos precisam preservar seus empregos, como vimos recentemente no escândalo do IRB;
– Porque o acionista precisa mostrar bons resultados aos sócios, ou mesmo para tentar vender a empresa;
– Porque a contabilidade não analisa as informações recebidas, antes de contabilizar;
– Porque o sistema de gestão é falho no envio das informações para a contabilidade;
Mas são as perguntas para as respostas recebidas que definirão a melhor estratégia para a renegociação das dívidas. Se a reestruturação dos passivos se fará de forma administrativa, se será pelo caminho da Recuperação Judicial, se é possível a Recuperação Extrajudicial, ou mesmo, no limite, será a falência.
Algumas das perguntas para as respostas recebidas podem ser:
– Quais são as garantias das dívidas financeiras?
– Qual o total de dívidas extraconcursais num eventual pedido de RJ ou EJ?
– Qual o valor das dívidas com fornecedores estratégicos?
– Como a reestruturação afetará os garantidores e/ou empresas coligadas?
– Qual será o desempenho da empresa após o início da reestruturação (impactos negativos e positivos)?
E teremos mais uma dúzia de perguntas para as respostas recebidas.
Mas como fica claro, são as perguntas feitas às respostas que nos esclarecem as respostas, e não as respostas recebidas pelas perguntas feitas.