Para quem não se lembra, ou nunca conheceu, Pedro Bó era um personagem criado pelo Chico Anysio na década de 70, distraído e desatento, se destacava por fazer perguntas idiotas e, por consequência, chegava a conclusões imbecis.
Já o Kung Fu é uma arte marcial chinesa que, ao contrário do caratê por exemplo, usa muitas armas para defesa, como bastões, espadas, lanças, entre outros.
Na minha infância, no início do ano letivo, um colega novo ingressou na nossa sala. Ele era o mais forte de todos e por qualquer desavença batia na molecada. Todos, de alguma forma, tínhamos medo do carinha, porque sabíamos que levaríamos a pior.
Por outro lado, ele tinha muita dificuldade no aprendizado de algumas matérias, então precisava ficar “de bem” com alguns colegas, o que gerava uma certa segurança aos mais estudiosos.
Certo dia, numa roda sem a presença dele, alguém sugeriu que apelidássemos o cara de Kung Bó, porque ele tinha a força do Kung Fú mas a burrice do Pedro Bó, ao que um outro respondeu: “Melhor então Pedro Fú, pois ele é mais burro do que forte”.
Obviamente, no final daquele ano o Pedro Fú mudou de colégio pois ficou totalmente isolado.
Da mesma forma, na reestruturação de dívidas e empresas, a combinação de excesso de força com o desconhecimento dos diversos temas a serem superados sempre resulta em desastres.
Mas o profundo conhecimento dos temas a serem superados sem conhecer as ferramentas pode potencializá-los e acabar em resultados pífios.
Nem Kung Bó e nem Pedro Fú são boas soluções para a superação de graves crises.