Cada vez fico mais (bem) impressionado com os bancos. Na realidade, não com os bancos em si, mas com os banqueiros e a sua forma exemplar de administrar o seu negócio.
Obviamente, existem Banqueiros e banqueiros. Mas há também alguns aprendizes de feiticeiro, outros apenas aventureiros, e uma grande maioria, apenas invejosos.
Mas falando dos Banqueiros com” B” maiúsculo, que são poucos no Brasil. Sua principal característica é: cuidar do dinheiro de seus clientes como se fosse deles.
Vejo no nosso dia a dia esses poucos banqueiros tratarem os créditos estressados com o mesmo zelo, seja ele um crédito de R$ 700.000,00 seja de R$ 7 milhões.
Os prazos para o início da cobrança judicial, as condições de renegociação, a cobrança de metas dos gestores, enfim, todas as estratégias de recuperação de crédito são utilizadas com a mesma intensidade e dedicação, ainda que por setores e caminhos diferentes, mas com a mesma intensidade e zelo.
Quando o crédito é considerado irrecuperável, contas complexas são feitas para definir o tamanho do desconto a ser dado, para que, ainda assim, não haja prejuízo. Essas contas complexas envolvem custo do dinheiro, benefícios fiscais, estoque de lucro com o cliente, custo de oportunidade do dinheiro, esgotamento cadastral, redução da remuneração variável dos gestores do cliente, despesas de cobrança etc.
E, obviamente, que quando o crédito for acima de alguns milhões de reais, acompanham diretamente cada uma das negociações.
Apesar da complexidade e da dureza das negociações, quando lidamos com banqueiros com “B” maiúsculo os resultados acabam sendo favoráveis a ambos (credor e devedor), dentro dos limites de cada um.
É fácil entender o credor, ou o devedor, quando as negociações têm fundamentos meramente técnicos e conceituais.
Por outro lado, os aprendizes de feiticeiro e aventureiros da arte de ser banqueiro, muitas vezes agem só com a emoção, perdendo boas oportunidades negociais, outras vezes sem nenhum fundamento técnico, e não raras vezes, sem nenhum zelo pela própria instituição, deixando de recuperar parte substancial de seus créditos.
E ainda temos os banqueiros temporários, que nem são banqueiros e nem executivos financeiros. Diga-se de passagem, o pior dos mundos!
São os banqueiros com “b” minúsculo, sem nenhum comprometimento com a instituição, e que causam graves prejuízos a todos. E, nesses casos, sequer há resultados. Ambos (credores e devedores) perdem.
Seguindo o bom exemplo dos Banqueiros com “B”, cuidamos dos nossos clientes como se as suas empresas, e suas dívidas, fossem nossas.