Certa vez, bem no início da HSA Soluções em Finanças S/A, tivemos uma parceria em SP com uma consultoria empresarial num nicho de mercado muito interessante, e com muita sinergia com o nosso negócio.
Mas o que quero contar aqui não é sobre a parceria, e sim uma situação que presenciei e foi para mim uma lição de vida.
De tão bem-sucedido, o dono da consultoria estava rico e basicamente cuidava de seus investimentos. Para isso, preparou a sucessão da empresa formando seus filhos, e também formou executivos em áreas estratégicas.
Assim, no seu dia a dia no escritório ele supervisionava as operações, mas quando o mercado financeiro abria às 9:00hs (bolsa, dólar e juros) era ali que ele se concentrava, até o final do mercado às 18:00hs.
Para dar conta de tudo isso (investimentos e sua empresa) chegava no escritório às 7:00hs e saia às 19:30hs.
Certo dia fui à SP para uma reunião de rotina com ele, mas foi o filho quem atendeu e me disse que ele estava acamado, em depressão profunda.
Meu primeiro pensamento foi: como pode? Ele tem uma empresa bem-sucedida, está rico, tem saúde, criou bem os filhos, como esta deprimido?
Logo o filho, que havia assumido a gestão do negócio, me explicou o ocorrido.
Resumidamente, naquele ano ele havia perdido todo o seu dinheiro, boa parte do patrimônio, e o dinheiro de alguns amigos, em operações especulativas na bolsa. E ainda havia tomado empréstimos em nome da empresa para pagar os prejuízos.
Passado um ano, fui visitar o nosso parceiro e amigo, que já tinha voltado à ativa, estava corado, falante e feliz.
Ao entrar na sala dele, vi o quadro com os dizeres que encabeça esse post.
Logo ele me explicou que aquele quadro era o resultado da terapia que havia feito no último ano.
Resumidamente, segundo o aprendizado dele, não é o trabalhar 8, 10 ou 18 horas o que causa estresse.
Uma pessoa pode trabalhar 4 horas por dia e ter estresse, caso o fruto do seu trabalho não satisfaça as suas ambições.
Por outro lado, aquele que trabalhe 18 horas por dia, mas não se frustre em satisfazer seus desejos, raramente terá estresse.
O mesmo fenômeno ocorre com os rendimentos e patrimônio das pessoas.
Alguém que ganhe US$ 1 milhão por ano, pode ficar estressado se as suas ambições, sejam materiais ou existenciais, não puderem ser alcançadas com esse rendimento.
Assim como aquela pessoa que ganhe R$ 18 000,00/ano poderá não ficar estressado, se não se sentir frustrado em suas necessidade e ambições pessoais.
Naquele quadro o termo “fluxo de caixa positivo” tinha duas interpretações: a primeira de que o dinheiro deveria ser suficiente para cobrir os custos, assim como na visão empresarial.
Mas no aspecto pessoal, o termo “fluxo de caixa positivo” tinha o viés de otimismo, positivismo, realização pessoal mais do que realização material, e por isso era sinônimo de felicidade.
Para mim foi uma lição inesquecível.