Uma das questões mais complexas no planejamento da reestruturação de dívidas é a de identificar para cada dívida, e cada credor, o valor justo e o valor possível a ser pago.
As diferenças entre o valor aparente, o justo e o possível, podem ser relevantes, e são em boa parte dos casos que atendemos.
Somente após quantificar as potencialidades de valor para todas as dívidas é que será possível fazer o planejamento adequado de como pagar.
Quanto ao valor aparente, quando recebemos as informações dos clientes sobre os passivos, encontramos dívidas em moeda estrangeira sem atualização da variação cambial, operações financeiras sem a atualização dos juros pró rata, dívidas tributárias pelo valor original do inadimplemento, cobranças ajuizadas sem atualização dos valores. Há casos em que as diferenças entre o valor aparente e o valor potencial superam os 100%.
A perfeita identificação do real valor dos passivos, por óbvio, faz toda a diferença no planejamento da reestruturação.
Imaginem o efeito dessas distorções numa votação em assembleia de credores em uma RJ, por exemplo. Além da quantidade de impugnações de valor no início do processo.
Já o diagnóstico do valor justo exige uma análise minuciosa do relacionamento pretérito entre o credor e o cliente. É essa análise que irá definir o que chamamos na HSA Soluções em Finanças S/A de potencialidade de haircut.
É a fase mais complexa e demorada do planejamento da reestruturação.
E o valor possível é apurado com base nas conclusões obtidas pelas análises do valor justo e valor potencial, riscos e oportunidades jurídicas, e principalmente, na real capacidade de pagamento da companhia, considerando para esse fim a geração liquida de caixa mais os ativos monetizáveis.
Conhecer profundamente as potencialidades do devedor e de seus credores é o que faz a diferença entre o sucesso da renegociação como forma de salvar empresas, e a negociação que adia a morte das empresas, e enriquece os pseudo consultores.
Ou, separa os meninos dos homens, na renegociação de dívidas, atividade tão peculiar que não é cadeira em nenhum universidade.